quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Velhos.

Aconteceu uma coisa que achei barbara. Minha mãe,minha mãe tinha um namorado. Bom, minha mãe já teve outros namorados depois que se separou mas, neste caso, minha mãe tinha um namorado que não podia ser o namorado dela. Ele era casado. Dificil de explicar isso, minha mãe é minha mãe e é uma mulher como tantas outras mulheres que existem por aí, ou seja, é de carne e osso, não um ser mitologico que eu criei em minha mente, é uma pessoa que tem defeitos e virtudes e, como a maioria, mais defeitos que virtudes. Eu pareço estar julgando , eu sei, mas não estou. minha mãe tem todo o direito de fazer o que quiser da vida dela. E ela fez.E é sobre isso que quero falar: No dia em que completei 16 anos minha mãe conheceu este homem. era um partidão , nas palavras dela propria, um cara elegante, que sabia falar, que sabia se vestir ( apesar que as vezes ele me lembrava um pai de santo, todo de branco às sextas feira ), sabia viver bem e o conhecia as coisas boas da vida ... Impressionante talvez para ela que havia se separado de um bronco, de um sujeito grosso, sem polimento algum. Tá, ela se encantou, eu notei na hora. haviamos saido para almoçar e lá estava ele, e lá estava ela...e de repente eu não estava em parte alguma...rs Eles se viam quase sempre,depois passaram a se ver pelo menos uma vez por semana. me lembro da minha mãe comentando que , uma vez por semana ela deixava de ter problemas, deixava de carregar o peso de ser mãe e pai, de ser sozinha... Sempre achei que ele fazia mais mal à ela do que bem. Como alguém diz que ama alguém e não quer ficar sempre juntinho?? ... engraçado, essas coisas a gente nunca vai entender, mas sempre entende a resposta. Não é que não se quer, não se pode. Todo mundo pode. Os que as pessoas têm é medo. medo de se arriscar, medo de que aquela alegria seja só um tremendo fogo de palha...medo de ser feliz. Eu mesma tento entender as coisas que penso agora. MEDO DE SER FELIZ. Eu qse nunca fui feliz...possivelmente tbm tenha medo disso. Bom, deixemos isso de lado, vamos aos fatos: eles namoraram desta maneira por 22 anos... nunca deixaram de se falar, as vezes um ou o outro sumiam temporariamente mas, a cada mês pelo menos um telefonema pra saber como estavam. Minha mãe se mudou "n" vezes nesse meio tempo, foi no casamento do filho dele ( como uma amiga), acreditou diversas vezes que ele ficaria com ela em definitivo... Pra muitos ela foi a tipica trouxa e ele o proprio cafajeste, pra mim era assim tbm que eu a via. ...mas não é bem assim, a gente só sabe o que vive. Terça feira ele veio aqui em casa. Ficou lá, no centro da sala, os olhos olhando com sagacidade a tudo que havia na sala, as pernas já não mais moças sustentanto aquele corpanzil que já foi jovem. Eu ví naquele homem todo o tempo que havia passado, toda história que havia ocorrido entre eles, toda magoa que havia existido entre os dois... Minha mãe me chamou para ajuda-la, não sabia que brincos por e depois não conseguia acertar o furo da orelha de tanto que tremia. Ouví meu telefone tocando e ele atendendo - A Patrícia pode ligar depois?? - até a voz dele parecia outra, cheia de emoção...rouca...mínima. Foi tão estranho presenciar aquilo tudo, a mulher que eu amo, o homem que eu já quis de pai para mim...alí, depois de 22 anos bem na minha frente. Eu não era mais uma menina e eles tbm não. Ví tanto carinho, ví tanto respeito... nem preciso falar que me ví alí ou, que quis me ver alí. Não vejo a hora de envelhecer. ..essa é pra vc, mãe. E pra vc tbm, querido.

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